O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta terça-feira o IPCA-15, uma versão do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo, que já explicamos aqui. A variação de preço dos produtos analisados em março foi de 0,55%.
Para calcular o IPCA-15, são considerados aqueles mesmos hábitos de consumo do chamado IPCA fechado, de famílias com renda mensal entre 1 e 40 salários mínimos. Entram nas contas todos os tipos de gastos, como alimentação, habitação, saúde e educação.
A diferença do IPCA-15 é o período de análise, que só leva em conta os primeiros quinze dias do mês. O índice, uma espécie de prévia do IPCA, foi inferior ao de fevereiro.
Já vimos aqui também um dos motivos para que o índice seja acompanhado tão de perto: sua importância para o sistema de metas de inflação. O IPCA é referência para que o governo saiba se está ou não cumprindo a meta de inflação.
Para 2010, a meta para a inflação é de 4,5%. Há um intervalo de tolerância, de dois pontos percentuais para cima ou para baixo. A inflação medida pelo IPCA, portanto, pode ficar entre 2,5% e 6,5%.
Nos primeiros três meses do ano, a inflação brasileira ficou 0,5 ponto percentual acima do centro da meta, ou seja dos 4,5%. Esse tem sido o motivo para que se preveja um aumento próximo da Selic, provavelmente em abril.
Em entrevista ao programa Conta Corrente, da Globo News, o professor de Economia da Unicamp Ricardo Carneiro defendeu que a elevação da taxa básica de juros é prematura.
Segundo o pesquisador, é preciso olhar o processo inflacionário recente sem perder de vista os efeitos da crise econômica no ano passado. A falta de crédito teria prejudicado a oferta, sem afetar muito a demanda. Isso causaria uma pressão, que, para Carneiro, pode ser vista como temporária, não justificando o aumento da Selic neste momento.
Clique aqui, veja um trecho da entrevista e aproveite para testar se entendeu bem os conceitos.