Frequentemente recebo e-mails com dúvidas e pedidos de conselhos sobre a prova da Associação Nacional dos Centros de Pós-Graduação em Economia (Anpec). Para quem não conhece, essa é a avaliação anual que seleciona alunos para os melhores mestrados em Economia do país.
O exame inclui provas de Macroeconomia, Microeconomia, Economia Brasiliera, Estatística, Matemática e Inglês. No modelo, uma resposta errada anula outra certa, o que desestimula o chute. Eu sugiro marcar um pouco além do que você tem 100% de certeza, pelo menos nas matérias em que tem mais segurança.
Quem faz a prova não é aprovado ou reprovado. O exame apenas coloca os concorrentes em ordem. Cada centro tem uma forma diferente de calcular a nota, dando pesos diversos para cada prova.
Ao fazer sua inscrição, o candidato opta por até seis centros. Essa escolha deve se basear na linha de cada faculdade. Alguns mestrados pesam mais na Matemática e Econometria do que outros, por exemplo.
Nada impede, entretanto, que um centro para o qual não se candidatou, faça um convite. Os primeiros colocados costumam ser alvo de disputa. Conta-se que antigamente eles recebiam propostas como moradia paga, mas, pelo que eu saiba, essas mordomias têm sido reduzidas.
Existe um consenso, mesmo entre esses primeiros lugares: o exame é muito difícil. Alguns centros são selecionados a cada ano para cuidar de uma das provas. De acordo com o estilo, os alunos tentam adivinhar a autoria. No meu ano, 2007, brincávamos que a prova de Matemática tinha sido feita pela Nasa, dada a dificuldade.
Então, como passar? Essa é uma pergunta recorrente naqueles e-mails de que falei. Para quem fez um bom curso de Economia, talvez a graduação baste. Para os outros, como eu, considero um cursinho indispensável. Fiz o ProAnpec, oferecido por professores da USP, mas há outras boas opções no mercado. Neles, além de aprender Economia, você pode tornar-se perito no estilo da prova.
A maioria dos leitores que me manda e-mail ou me faz perguntas não é economista. Por isso, vai a dica final: não dê ouvidos a quem disser que é impossível ser aprovado. Ouvi muito isso. Na véspera, a Anpec divulga os concorrentes e a profissão. Eram 900, a maioria de economistas e engenheiros. Havia dois ou três advogados, um farmacêutico e nenhuma jornalista???
Até hoje não sei porque não apareci naquela lista, mas o fato é que fui selecionada para cinco dos seis centros para os quais me candidatei, todos com bolsa. Mas não foi fácil não, viu? Pense em muito estudo e esforço. Agora multiplique por dois.
Este post é dedicado aos leitores que já enviaram e-mails e à arquiteta Carolina Caribé, que conheceu o blog hoje. Senti nela uma pontinha de empolgação para enfrentar essa maratona. Para mais informações sobre a prova, clique aqui.